“… para tratar os doentes jamais curei de saber se eram hebreus, cristãos ou sequazes da lei maometana” – Juramento Médico de Amato Lusitano - Salónica, no ano do Mundo 5.319 (1559 da nossa Era)
''Oh ingrata mãe pátria que nem meus ossos mortos aceitarás receber'' – Amato, V Centúria, Cura 100
No período quinhentista, Amato Lusitano, amante do conhecimento, da razão, da experiência e da moral hebraica, muito contribuiu para o avanço da medicina no ocidente, estabelecendo pontes entre as autoridades antigas, Galeno, Avicena e a tradição escolástica por um lado, e a «nuova scienza» do mundo moderno, com métodos de investigação que hoje não podem deixar de ser considerados científicos.
1511 - Provável data do nascimento de Amato Lusitano (João Rodrigues de Castelo Branco), judeu nascido na então vila de Castelo Branco, cujos pais foram forçados a batizá-lo de cristão-novo, na Igreja de St.ª Maria do Castelo.
1525 - Parte para Salamanca (Espanha) para aí realizar os estudos preparatórios seguidos dos universitários.
1532 - Conclui o bacharelato em medicina e regressa a Portugal.
1533-35 - Depois de breve passagem por Castelo Branco, viajou por outras terras lusas quer em pesquisa de plantas quer estudando casos e tratando doentes, vindo a fixar-se em Lisboa onde se sabe ter exercido clínica.
1535/36 - Anunciada para breve a inquisição, João Rodrigues de Castelo Branco parte para Antuérpia, na Flandres (Bélgica), onde se junta à comunidade judaica portuguesa aí residente.
1536 - Estabelecimento da inquisição em Portugal, Bula de 23 de maio do Papa Paulo III.
Amato, em Antuérpia, ainda com o nome de João Rodrigues de Castelo Branco, publica o seu primeiro livro ''index dioscoridis'', tradução feita por ele directamente do grego para o latim. Alguns anos mais tarde publica as Enarrationes (1553).
1541-1547 - Parte para Ferrara (Itália), a convite do Duque de Este, para assumir a cadeira de medicina na universidade daquela cidade italiana, lugar que preencheu até 1547. Amato, em Ferrara, teve grande relacionamento com Brasavola e Canano, dois famosos clínicos italianos e certamente com Dona Gracia Mendes Nasci que então aqui vivia, banqueira, financiadora de obras de caridade, de mecenato artístico e de uma casa editorial dirigida por dois judeus portugueses responsáveis pela publicação em 1 de março de 1553 da Bíblia de Ferrara, impressa em língua espanhola na sua 1.ª versão. Da mesma tipografia saiu em setembro de 1553, da autoria do judeu português Samuel Usque e editada pelo seu irmão Abraão Usque, um dos proprietários da tipografia, a obra prima em português Consolação as Tribulações de Israel.
Em Ferrara, Amato fez uma grande descoberta no sistema circulatório. Mostrou com o apoio do anatomista João Batista Canano, que a veia sem par tem certos ostíolos ou opérculos, que se abrem para haurir o sangue e depois se fecham de modo que não permitem mais enviar para trás o sangue recebido.
1547 – Em maio deste ano devido ao ambiente de perseguição aos judeus que começou a fazer-se sentir em Ferrara, Amato muda-se para Âncona onde viveu oito anos. Nesta cidade viviam mais de 3.000 judeus portugueses e havia uma sinagoga de rito sefardita de tradição lusa.
1547 - Em Âncona Amato Lusitano cura Jocoba del Monte, irmã do Papa Júlio III. Trata também o irmão José Amato de dores e vermihão dos olhos e o sobrinho Brandão.
1549 - A 1 de dezembro, em Âncona, finaliza a sua 1.ª Centúria Médica dedicada a Cosme de Médicis, que veio a publicar em finais de 1551 em Florença.
1550 - A 7 de fevereiro Júlio III foi eleito Papa e em Maio, Amato Lusitano é chamado a Roma para o tratar, o que ocorreu com sucesso. A sua estadia em Roma coincidiu com a do seu amigo e Doutor André Laguna.
1551 - A 1 de abril em Roma, Amato finaliza a 2ª Centúria, que dedicou ao Cardeal d’Este, irmão de Hércules de Ferrara, sendo a sua primeira edição publicada em Paris em 1554.
1552 - A 2 de julho, regressa a Âncona e termina a 3ª Centúria.
1553 - Em Âncona, a 17 de setembro termina a sua 4ª Centúria.
1553 - É publicado em Veneza o seu ''in dioscórides anarzabei de médica matéria […] enarrationes” onde Amato expressa todo o conhecimento por si acumulado.
1555 - A 23 de março de 1555, morre em Roma o papa júlio III. Sucedeu-lhe o papa Paulo IV, cardeal Carrafa, terrível inquisidor. Vinte e cinco Judeus foram condenados e queimados pouco depois na Praça Pública de Ancona. Grácia Nasci, Banqueira Portuguesa Judia, em sinal de revolta, lança um bloqueio económico ao Porto desta cidade.
1555/56 - Amato ainda conseguiu fugir em finais de 1555 para Pesaro onde residiu por pouco tempo. Os seus bens em Ancona foram-lhe confiscados, entre os quais os manuscritos da sua 5ª Centúria que conseguiu reaver posteriormente graças à ajuda de vários amigos, que completou nesta cidade, tendo-lhe contudo ficado retidos os Comentários sobre Avicena. Dedicou esta 5.ª Centúria ao sobrinho de Dona Gracia Nasci, D. Joseph Nassin.
1556 – É publicada em Veneza a primeira edição da Quinta e Sexta Centúria. Esta última é dedicada a José Nasci, genro e sobrinho de Gracia Mendes Nasci.
1556 - Vive em Ragusa, hoje Dubrovnik, onde foi recebido pelo seu familiar Diogo Pires de Évora – o Pirro Lusitano. Aí coligiu o material que irá constituir a sua 6.ª Centúria de curas medicinais (curas ragusinas), que terminou em 1558, ainda que muitos comentários a esta tenham sido escritos em 1559 em Salónica.
Quando vivia em Ragusa são publicadas em Veneza as Centúrias Terceira e Quarta. Nesta última, como prefácio, Ambrósio Nicandro de Toledo escreve uma carta laudatória de Amato, para António Berberini.
1558: O famoso médico italiano Pedro Mattiolo, insulta e persegue Amato. Movido pela vingança das críticas que o médico português tinha formulado aos seus escritos, Mattiolo escreveu em 1558 o livro “Apologia Adversus Amathum cum censura in ejusdem ennarrationes”. Este clima poderá ter estado na origem da partida de Amato de Ragusa.
1558/1568: Vive em Tessalónica, hoje Salónica, então cidade do Império Otomano, onde terminou a 6.ª Centúria e escreveu a sétima que deu ao prelo em 1561, esta dedicada a D. Guedelha Yahia, em casa de quem foi acolhido. Amato escreveu também em Salónica, no ano do Mundo 5.319 (1559 da nossa Era) o seu famoso Juramento Médico, ainda hoje reconhecido e praticado pelo seu alto valor moral e ético, o qual veio a ser censurado 400 anos depois em Portugal, durante o governo de Salazar.
1568: Amato lusitano morre em Tessalónica de peste, segundo Barbosa Machado em 21 de Janeiro de 1568. Diogo Pires dedica-lhe um epitáfio em verso latino. Foi sepultado no cemitério judaico de Salónica, destruído pelos alemães em conivência com as autoridades gregas.
Texto: José da Conceição Afonso
Maria Gomes, cristã-nova, natural e moradora em Castelo Branco, filha de Alonso Gomes e de Helena Fernandes, que também aqui foram moradores, viúva de António Rodrigues, presa em Castelo Branco em 31 de julho de 1636 e queimada em auto-de-fé em Lisboa a 5 de setembro de 1638, por práticas judaicas, com 117 anos de idade.
1521 - Ano aproximado do nascimento de Maria Gomes em Castelo Branco.
1568 - A mãe de Maria Gomes ensinou-lhe a amortalhar os mortos com mortalha crua, como faziam os seus antepassados que criam na Lei de Moisés.
1618 - Iniciada na crença na Lei de Moisés pelas cristãs-novas Isabel de Lucena e Maria de Lucena, que lhe disseram, no caminho de São Gens, no quintal de sua casa, que ela era a mestra de todas as que creem na Lei de Moisés.
Seu marido faleceu e Maria Gomes mortalhou-o ao modo judaico, como sua mãe lhe ensinara.
Foi pedir esmola a casa do cristão-novo Marcos Loureiro, morador no Beco do Relógio, e este lhe disse que cresse na Lei de Moisés para não precisar de pedir pelas portas e ela respondeu que cria mas que precisava de pedir.
1624 - Esteve com dez pessoas na Nossa Senhora de Mércoles, junto a um carvalho, numa festa de cristãos-novos, onde o padre Pascoal Jordão disse que não comia lebre nem carne de porco por viver na Lei de Moisés.
Declarou-se crente na Lei de Moisés com duas cristãs-novas no caminho de São Gens.
1633 - Judaizou no quintal de sua casa com Brites Fernandes e uma irmã desta. Declarou-se crente na Lei de Moisés em sua casa com Manuel Loureiro.
21 de abril - Maria Rodrigues denunciou Maria Gomes por ter participado na festa cristã-nova de Nossa Senhora de Mércoles.
1635/1636 - Foi a casa de um médico cristão-novo chamado Pedro Lopes e a filha deste, Perpétua Lopes, criticou-a por ter procurado seu pai, tendo Maria Gomes casado um cristão-velho.
1636
31 de julho - Maria Gomes vivia em São Gens quando foi presa em Castelo Branco.
5 de agosto - Foi entregue nos cárceres do Palácio dos Estaus, sede da Inquisição de Lisboa.
1638
9 de julho - Foi torturada na polé com um “trato corrido” e confessou que praticava o judaísmo desde 1618.
6 de agosto - Revogou a confissão que fizera sob tortura, invocando que só confessara por medo de voltar a ser torturada.
20 de agosto - Foi sentenciada à morte na fogueira por não confessar tudo o que as suas denunciantes haviam declarado e por ter revogado o que confessara sob tortura.
25 de agosto - Maria Gomes pediu audiência para confessar e confirmou ter estado na festa cristã-nova de Nossa Senhora de Mércoles.
3 de setembro - Na antevéspera do auto-de-fé, estando Maria Gomes de mãos atadas, pediu audiência e confessou que lhe tinham ensinado que, em observância da Lei de Moisés, não comesse toucinho nem peixe sem escama, que limpasse as candeias à sexta-feira, vestisse camisa lavada e se enfeitasse e que se declarara crente na Lei de Moisés com duas cristãs-novas de apelido Lucena, que tinham vindo presas com ela.
4 de setembro - Na véspera do auto-de-fé confessou que, havia três ou quatro meses, se declarara crente na lei de Moisés com uma cristã-nova chamada Maria da Gama quando estavam ambas na prisão.
Por quatro votos contra dois, os inquisidores mantiveram a sentença de execução na fogueira, apesar das suas últimas confissões.
5 de setembro - Maria Gomes foi queimada no auto-de-fé que se realizou na Ribeira Velha, em Lisboa, com 117 anos de idade.
Texto: José da Conceição Afonso
1443 - Afonso de Paiva nasceu em Castelo Branco. Filho de Pedro Vaz escrivão Del-Rei D.João II dos direitos reais dos Judeus desta então Vila.
Afonso de Paiva, Judeu, sucede a seu Pai no dito ofício, que exerce cumulativamente com o de escrivão das sisas.
1490 - D. João II preparou dois homens da sua confiança, Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã, para a nobre tarefa de prospetores em terras do oriente de informações sobre rotas comerciais e o caminho marítimo para a índia.
Partindo de Portugal passaram por Barcelona, Nápoles, Rodes, Alexandria, Cairo e Adem. Nesta última separaram-se, tendo Afonso de Paiva seguido para a Etiópia e Pêro da Covilhã para a índia. Os dois combinaram reencontrar-se em Adem; entretanto Afonso de Paiva morreu de peste (1490) durante o seu trajeto o que levou Pêro da Covilhã a ter de completá-lo.
Nenhum dos dois prospetores voltou, mas as informações que El-Rei D. João II necessitava chegaram ao reino, servindo de base de sustentação da epopeia que se avizinhava da descoberta do caminho marítimo para a índia.
Texto: José da Conceição Afonso
1567 - Filipe Rodrigues Elias Luna de Montalto (sobrinho-neto de amato lusitano) nasceu na então vila de Castelo Branco numa família de Criptojudeus forçados ao cristianismo. Nesse mesmo ano foi batizado na igreja de Stª Maria do Castelo
Elias de Montalto formou-se em filosofia e medicina na faculdade de Salamanca. Casou em Castelo Branco com a cristã-nova Jerónima da Fonseca, que mais tarde, no exílio, fugidos em 1602 à inquisição, passou a chamar-se Raquel da Fonseca. O casal teve cinco filhos entre eles Moisés que veio a ser um médico conceituado na Polónia.
No exílio, Elias de Montalto, tal como toda a sua família, recusaram o nome de cristãos-novos e assumiram a prática do judaísmo
Provavelmente vindo da Flandres, foi chamado a Paris para curar a italiana Leonora Galigai, aia e irmã de leite de Maria Médicis, Rainha de França. Seguiu depois para Itália onde foi protegido pelo tio da Rainha de França, o Grão Duque Fernando I, de Florença.
1606 - Publicou em Veneza, a sua obra principal, ''optica intra philosophiæ & medicinæ aream, de visu, de visus organo [et] obiecto theoriam accurate complectens ''.
1610 - A 14 de maio é convidado, depois da morte do Rei de França Henrique IV, para médico pessoal da rainha regente.
1612 - Elias de Montalto aceita o lugar, depois de autorizado e na condição de poder praticar livremente a sua religião, pedido feito pela própria rainha ao papa. Fixa-se em Paris com a sua mulher Raquel da Fonseca, dois filhos Moisés e Isaac, e o discípulo Saúl Levi Mortera.
Tornou-se um dos médicos mais famosos da europa, quer pelo papel percursor no estudo das doenças nervosas, quer por ser médico pessoal de Maria Médicis, Rainha de França, tal como do Príncipe o futuro Rei de França Luís XIII.
1614 – Publica «archipathologia» e «Lettre d'Espagne Presentee a la Royne Regente».
1616 - Acompanhando a rainha na preparação do casamento do seu filho, veio a falecer na cidade de Tours a 19 de fevereiro. O corpo de Elias Luna de Montalto foi embalsamado às ordens da Rainha Maria Médicis, levado para Amesterdão pelo familiar José de Luna e sepultado no cemitério judaico-português de Ouderkerk.
CRONOLOGIA DE MOISÉS MONTALTO
Moisés de Montalto, filho de pais Cripto-Judeus, Elias Montalto e Raquel da Fonseca, nasceu em data desconhecida em Castelo Branco.
Termina os estudos em medicina em Pádua, Itália.
Fixou-se depois em Lublin, na Polónia, onde viveu como médico muito conceituado de Stanislas Koniecpoli membro da nobreza polaca, e simultaneamente com grande atividade no seio da vida judaica polaca.
Stanislas Koniecpoli - Autor Anónimo do Séc. XVII (Gravura).
1637 - Moisés Montalto morreu em Lublin. Sua esposa Isabel (aliás Esther) da Fonseca Ruão morreu em Amsterdão em 1692, tendo sido sepultada no cemitério judaico em Ouderkerk.
Texto: José da Conceição Afonso
1752 - Manoel Henriques de Paiva nasceu em Castelo Branco a 23 de dezembro, na rua do relógio nº15 e 17 filho mais novo de António Ribeiro de Paiva, boticário, natural de S. Vicente da Beira, e de Isabel Aires Henriques.
1769 - Com 17 anos de idade embarcou com o pai e restante família primeiro para S. Salvador da Baía seguindo mais tarde para o Rio de Janeiro.
No Brasil Manoel J. Henriques de Paiva iniciou-se junto do pai, no estudo da história natural, química e farmácia
O Pai tornou-se o boticário do Vice-Rei, o 2.º Marquês do Lavradio, Luís de Almeida Portugal Soares de Mascarenhas.
1770 - A 16 de junho no Brasil, aos 17 anos e 6 meses de idade, obteve a carta de boticário, o equivalente na época ao diploma de farmacêutico atual.
1772 - A 18 de fevereiro foi um dos fundadores da Academia de Ciências do Rio de Janeiro.
“Organizou juntamente com seu irmão José Henriques Ferreira, um "horto brasileiro", que foi enviado pela academia científica à Real Academia Sueca.”
Foi membro da Academia das Ciências de Estocolmo, da Academia de Medicina de Madrid, da Sociedade Económica de Harlem, e da Academie de Sciences de Upsala (Suécia). Participou também da Academia Real das Ciências, de Lisboa, da qual se retirou em 1787.
1772 - Regressa a Portugal para completar os seus estudos. Escolheu a universidade de Coimbra, vindo a obter aí os graus de bacharel em filosofia a 19.6.1775, bacharel em medicina a 23.1.1781; e formatura em medicina a 14.7.1781. Diplomado por esta universidade viria a ser um dos grandes médicos do seu tempo.
1774 - A 1 de fevereiro, pelas suas capacidades, ainda quando aluno do segundo ano, foi nomeado “demonstrador do laboratório de química”, pelo lente, professor Domingos Vandeli.
1775/1783 - Na universidade de Coimbra exerceu com algumas interrupções o cargo de mestre de oficina do laboratório químico.
1777-1778 - Vive em lisboa (Caparica/Almada), onde terá exercido clínica.
1779 - No período em que estudava em Coimbra, promoveu em sua casa reuniões de académicos com o objetivo de divulgar a ciência e os métodos científicos. Esta iniciativa ficou conhecida como Sociedade de Celas, ou Sociedade dos Mancebos Patriotas, e foi considerada pelo promotor da inquisição, um dos motivos para processo inquisitorial.
1781 - Diplomou-se em Medicina na Universidade de Coimbra.
1782-1783 - Regressa a Coimbra, cidade onde vivera cerca de onze anos, com algumas interrupções, agora porém por pouco tempo e para não mais lá voltar.
1793 - Ascendeu a médico da Câmara do Príncipe Regente. Tendo sido nomeado Censor Régio e Deputado da Junta do Protomedicato.
1803 - Foi Fidalgo da Casa Real e agraciado com a Comenda de Cavaleiro da Ordem de Cristo.
1808 - Após as invasões francesas de Junot, foi acusado de ideias jacobinas e iluministas e de ter simpatias pela revolução francesa. Encarcerado em 13 de dezembro de 1808 pela Junta da Inconfidência, destituído por juízo nesta data de todos os cargos e honras em 24 de março de 1809 e condenado ao exílio para a cidade de S. Salvador da Baía (Brasil)
1818 - Decorridos cerca de dez anos foi reintegrado nas suas prerrogativas e honras, pelo rei D. João v, por decreto de (06.02.1818) e aviso régio de (14.11.1818).
1819 - Foi igualmente reintegrado no lugar de 6.º lente na cadeira de farmácia, podendo admitir alunos do curso médico-cirúrgico (carta régia de 29.11.1819).
1822 - Quando da proclamação de independência do Brasil naturalizou-se cidadão daquele novo país.
1824 - D. Pedro I nomeou-o catedrático para reger as cadeiras de farmácia, matéria médica e terapêutica no colégio médico-cirúrgico da Baía, onde já lecionava desde 1820, utilizando a botica do convento de Santa Tereza.
1829 - A 10 de março Manoel Joaquim Henriques de Paiva, faleceu em S. Salvador da Baía, no Brasil.
Contam-se cerca de setenta e cinco trabalhos publicados de carácter científico, originais, em colaboração ou traduzidos dos quais se destacam os Elementos de Química e Farmácia e a sua direção no Jornal Enciclopédico.
Texto: José da Conceição Afonso